terça-feira, 25 de julho de 2017

Vivência Cristã na Família

     Meu nome é Lorena Golinelhi, tenho 14 anos, participo da Catedral há 3 anos e fiz o VI EAC há quase 2 anos. Venho de uma família católica e muito abençoada.      
     Hoje,venho falar sobre dois assuntos que eu gosto e se complementam muito: Vivência Cristã e Família.
     Quando falamos de família, sempre lembramos que cada família é única e que muitas vezes a convivência entre os integrantes dela seja ruim, com grandes dificuldades, ou também repleta de alegria, é um presente de Deus para nós . 
     Quando lembramos de uma família Cristã, lembramos de uma Igreja Doméstica, onde transmitimos nossa fé aos que nos amam, e fazemos com que o Centro de nossa família seja Cristo .
     Mas eu digo isso tudo ,e vocês pensam que para mim é fácil ser cristã dentro da minha família, já que minha família é católica. Sim, de fato minha família é católica, como falei anteriormente, mas como humanos muitas vezes caímos e não deixamos Cristo ser o Centro, como deveria ser.
     Vale sempre dizer, que por mais que você tenha muitas dificuldades no meio familiar, devemos sempre lembrar que o verdadeiro cristão sempre tem suas dificuldades, sempre tem sua  cruz, e sempre devemos lutar para não desistir na primeira queda, briga ou desentendimento. 

     "São santos os que lutam até o fim da vida:os que sempre sabem levantar-se depois de cada tropeço,de cada queda,para prosseguir valentemente o caminho com humildade, com amor e com esperança." - São Josemaria Escrivá 

     Que possamos estar sempre dispostos a não esconder nosso rosto cristão dentro de nossa família, e sim, mostrá-lo, servindo e obedecendo a sua figura materna e paterna, assim como Jesus faria.



Lorena Golinelhi
VI EAC Catedral

quarta-feira, 19 de julho de 2017

A Vida Pós Encontro

Olá amigos!

         Meu nome é Patrick Almeida, tenho 16 anos e fiz o quinto EAC da Catedral em 2014. O que eu não sabia, era que tudo que vivi naqueles poucos dias continuaria tão frequente e necessário.
         Todos os encontros que participei nesta minha trajetória sempre foram marcantes e necessários para que eu seja a pessoa que sou. Nesses encontros com Deus, aqueles poucos dias onde nossas vidas viram de pernas para o ar e percebemos o quanto precisamos mudar e também como é divertido e empolgante a busca pela santidade, talvez não consigamos absorver tudo o que nos foi apresentado e não aproveitamos esse incrível encontro com nosso Pai. A partir daí, não conseguimos nos adequar ao mundo, esquecemos de que fomos nós que mudamos, mas que o mundo continua exatamente o mesmo, com os mesmos problemas, e que é necessário que aprendamos a viver nesse mundo, mas agora de uma maneira que o próprio Cristo nos apresenta, a busca para a santidade.
         E é nesse raciocínio que acredito ser interessante dizer que a maior e mais importante dinâmica de cada encontro começa exatamente quando este encontro termina. É quando você vai para casa extremamente animado, firme de que a santidade é seu único caminho, com cada momento ainda ardendo em você, como se estivesse acabado de vive-lo, que esta dinâmica começa. É ali que você tem um breve momento para decidir como você irá agir nessa dinâmica.
         É preciso ter em mente que essa dinâmica é extremamente difícil e que só conseguirá vive-la bem se tiver plena confiança em Deus, e a certeza de que se por algum motivo você acabar “tropeçando”, você irá levantar e isso não vai te abalar, pois este é o caminho para o Deus que você encontrou naqueles poucos dias. Aqueles momentos tão bons tornam-se a certeza de que o único objetivo que podemos ter para a nossa vida após este encontro, é a santidade.
         Minha vida após meu primeiro encontro, foi bem conturbada. Até hoje permanece a dificuldade. Apesar do encontro com Deus que tive naqueles dias, quando voltei para casa, aquela chama foi perdendo seu tamanho até que se apagou. Parecia que tudo que tinha vivenciado e sentido naquele encontro foi forçado a se apagar em mim, e as dificuldades tenderam a aparecer, e a maior delas, foi o vazio que se encontrava em mim e aquela necessidade de algo. Meu coração necessitava de algo que eu nunca encontraria neste mundo, e nesse momento eu tive que tornar a olhar para Deus, e foi nesse aí que eu entendi tudo o que foi proposto a mim naqueles três incríveis dias.
         Que a certeza de que aquela animação que temos quando voltamos para casa nunca se apague e que a nossa vida pós encontro seja na verdade um encontro diário e intrínseco com Deus!!

Deus nos abençoe!

Patrick Almeida Emídio
5º EAC da Catedral – 2014
JoAM Diocesano - 2017

terça-feira, 11 de julho de 2017

Nossa Senhora do Carmo

Olá,  queridos amigos! 
          Sou a Maria Eduarda, tenho 15 anos e faço parte da Catedral desde que fiz o meu EAC, em 2015.
Hoje venho escrever sobre uma pessoa MARAVILHOSA, que se tornou muito especial para mim desde muito pequena, quando participava da Comunidade do Atílio Marotti. Venho falar sobre Maria no título de Nossa Senhora do Carmo!
         O nome Nossa Senhora do Carmo é um título consagrado à Virgem Maria. Tem como propósito relembrar o convento construído no Monte Carmelo, em Israel.
         Nossa Senhora teve uma aparição na Inglaterra, na cidade de Cambridge, dia 16 de Julho de 1251, para São Simão Stock, que suplicava à NOSSA SENHORA para ajuda-lo a resolver um problema da Ordem do CARMO, da qual era o Prior Geral. Dia 16 de julho de 1251, suplicava com maior empenho à Mãe do Carmelo sua proteção, recitando a bela oração por ele composta:
"Flor do Carmelo, Vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do Mar!".
         Terminada esta prece, ele levantou os olhos marejados de lágrimas, viu a cela encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de anjos, em grande cortejo, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas mãos o Escapulário dizendo a São Simão Stock, com inexprimível ternura maternal:
'‘Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno’’.
         A palavra Carmelo vem do hebraico, onde Carmo significa "vinha" e "Elo" significa Senhor, portanto "Vinha do Senhor". Nossa Senhora do Carmo foi maravilhosa nos dando o escapulário como nosso porto seguro, como nossa salvação. O verdadeiro significado do escapulário ou bentinho do Carmo é o sinal de devoção Mariana, e é uma Consagração à Virgem Maria. Ele é um sinal sagrado! 
         Devemos dar muita importância ao nosso escapulário, pois a promessa de Maria Santíssima é: "Qualquer pessoa com ele posto não sofrerá o fogo eterno". O escapulário não é "carta branca" para o pecado, mas sim para mostrar a sua devoção à Santíssima Virgem Maria.
         Quando usamos o escapulário como oração, a Mamãe Santíssima nos atrai ao Coração Sacratíssimo de Seu Divino Filho. É preciso que aprendamos a usar o nosso escapulário corretamente. O Papai se usa para frente, e a Mamãe para trás.
         Essas são as promessas de Nossa Senhora do Carmo, para conosco:
1- Quem morrer com o Santo Escapulário do Carmo não padecerá o fogo do inferno;
2- A Virgem do Carmo livrará o quanto antes à quantos forem ao purgatório morrendo com o Escapulário;
3- O Escapulário do Carmo é salvação em todos os perigos, pela Virgem Santíssima do Carmo;
4- Cada vez que se beija o Escapulário, ganham-se 500 dias de indulgência;
5- O Escapulário é sinal de irmandade da Virgem Maria;
6- O Escapulário do Carmo é sinal de paz e do pacto sempre terno de concórdia, garantido por Maria Santíssima;
7- O Escapulário é sinal de salvação, pela Virgem Maria;
8- O Escapulário do Carmo está enriquecido pela Igreja com inúmeras indulgências;
9- O Escapulário do Carmo é um meio simples e prático de honrar à Virgem Maria;
10- O Escapulário do Carmo é garantia de preservação da fé e da firmeza na devoção à Virgem Maria.

         Antes de usar o Escapulário, é obrigatório participar do Ritual de Imposição e Bênção feito por um sacerdote. É um dever de quem recebeu o Escapulário rezar todos os dias as orações que o Padre passou durante o Ritual da Imposição, ou, caso o Padre não as tenha passado, rezar os 3 Pai Nosso, Ave Maria e Glória. Na hora da imposição, deve-se usar o Escapulário de Lã, e só depois é permitido usar a Medalha.
As Indulgências

Estas são as indulgências plenárias e parciais para os que vestirem o escapulário.
A). Indulgências plenárias.
1. O dia que se impõe o escapulário e o que é inscrito na terceira Ordem ou Confraria.
2. Nestas festas: 
a) Virgem do Carmo (16 de Julho ou quando se celebre); 
b) São Simão Stock (16 de maio); 
c) Santo Elias Profeta (20 de Julho); 
d) Santa Teresa de Jesus (15 de Outubro), 
e) Santa Teresa do Menino Jesus (1 de outubro); 
f) São João da Cruz (14 de Dezembro); 
g) Todos os Santos Carmelitas (14 de Novembro).
B). Indulgências Plenária no dia do Carmo. O dia do Carmo, 16 de Julho, ou na data em que exatamente se celebre, tem concebida uma indulgência plenária.
C). Indulgência parcial. ganha-se a indulgência parcial por usar piedosamente o santo escapulário. Pode-se ganhar não só por beijá-lo, mas também por qualquer outro ato de efeito e devoção. E não só ao escapulário, mas também à medalha-escapulário.

         Nossa Senhora do Carmo é Maravilhosa, Linda, Minha Intercessora. Eu a amo muito.

Oração de Nossa Senhora do Carmo
Ó Senhora do Carmo, revestido de vosso escapulário, eu vos peço que ele seja para mim sinal de vossa maternal proteção, em todas as necessidades, nos perigos e nas aflições da vida. Acompanhai-me com vossa intercessão, para que eu possa crescer na Fé, Esperança e Caridade, seguindo a Jesus e praticando Sua Palavra. Ajudai-me, ó mãe querida, para que, levando com devoção vosso santo Escapulário, mereça a felicidade de morrer piedosamente com ele, na graça de Deus, e assim, alcançar a vida eterna. Amém.






Nossa Senhora do Carmo Rogai por nós!
Paz e bem!

Maria Eduarda Penna da Silva
6° EAC da Catedral - 2015.

domingo, 2 de julho de 2017

Namoro: caminho para o casamento

Olá caros leitores, hoje venho falar sobre uma realidade que vivo há quatro anos, um mês e dezesseis dias: meu namoro. Na verdade, o foco não é falar sobre o meu relacionamento propriamente, mas ele será usado como exemplo aqui.
O texto será uma reflexão sobre essa realidade que muitos jovens vivem, mas que muitas vezes não conseguem enxergar o seu fim último que é o casamento.
Quando pensamos em namoro, pensamos que é estar com a pessoa que gostamos estar com sua família, conhecer os amigos um do outro, sair para se divertir, presentear um ao outro... Isso de fato são características do namoro, porém, o namoro vai além.
Quando um casal começa a namorar, eles têm a missão de levar esse namoro até o casamento e não para ter uma experiência de um determinado tempo. – Mas como eu, tendo apenas um mês de namoro posso pensar em casamento? – Se você chegou até aqui na fase do namoro e não pensa em levá-lo até chegar ao matrimônio, é porque você não está apto e não é digno de estar namorando tal pessoa, pois começar um relacionamento com alguém envolve muitas coisas na vida de ambos: família, amigos, cotidiano que acabam sendo transformadas ao iniciar um relacionamento sério. Mas se você está apenas com o intuito de curtir o momento, é melhor nem começar a namorar.


- Gosto da pessoa e ela também gosta de mim, mas no momento não queremos algo sério. Podemos apenas ficar? - Hoje em dia isto é modinha em todas as idades. Confesso que quando tinha entre meus 13 a 15 anos fiquei com alguns meninos, mas quando Deus entrou de fato em minha vida isso mudou. Hoje em dia, a pessoa que não fica é taxada como um extraterrestre, mas não é assim que a banda toca. Se o casal se gosta, porque já de cara não começar a namorar? Ou então não fazem algo chamado discernimento?
O discernimento é um período antes do namoro onde o menino e a menina saem, conversam, rezam, aprofundam sua amizade e seus sentimentos para ver se de fato dará em namoro. Muitas das vezes esse gostar que foi mencionado acima, pode ser apenas uma atração física e até mesmo uma admiração pela personalidade da pessoa que esta transparece. A partir do discernimento, a pessoa se abre mais e ambos vão percebendo ali se é válido ou não dar o próximo passo que é o namoro. Para começarem bem o namoro, não fiquem (que é pecado e também não vale a pena), façam discernimento, pois vocês conhecem a pessoa pela conversa e não pela troca de saliva, pois o beijo é característica do namoro e não de um momento.
Mas voltando ao foco principal, o namoro é amadurecimento, discernimento do casal para o casamento. Durante o namoro conhecemos mais afundo aquele que está ao nosso lado. Conhecemos seus defeitos, sonhos, medos, qualidades, manias... E durante este tempo vemos a direção de Deus na condução do relacionamento. O bom deste período do namoro é que vemos se de fato a pessoa que no qual estamos juntos é realmente aquela pessoa que Deus preparou para nós, pois assim não acabamos nos frustrando ao casar com alguém que no namoro era uma coisa e dentro do casamento se torna outra; porque realmente há namoros que não dão certo, mesmo que o casal lute para que dê certo, pode ser que eles se saiam melhor como amigos do que como namorados.
Ao longo desses meus quatro anos de namoro, percebi algumas características que são pelo menos para mim, fundamentais que podem ajudar no namoro:
Presença de Deus: não adianta namorar se você e seu namorado (a) não buscam ter intimidade com Deus, não buscam viver os sacramentos, não deixam que Deus seja o centro no namoro. 



Amizade: meu namorado é meu melhor amigo. Compartilho com ele meus momentos de alegria e tristeza; da mesma forma ele compartilha as mesmas coisas comigo.
Ciúmes: ciúmes não é bom. Dizem por aí que é bom sentir, que é como se fosse um cuidado a mais com a pessoa, mas não é. O ciúme é falta de confiança e insegurança do lado de quem é ciumento. O ciúme não é demonstração de amor, mas sim algo que desgasta e empobrece o namoro.
Confiança: de nada vale estar com alguém se não confia nela. Um dos pilares do namoro é a confiança, se ela não existe é melhor sair do relacionamento.
Brigas: os mais experientes no quesito relacionamento dizem que as brigas são fundamentais num relacionamento, pois de alguma forma dá uma esquentada na relação (estou sendo irônica nesta frase). A briga é outro desgaste no namoro, não vale a pena. Tudo, absolutamente tudo, pode se resolver numa boa conversa onde ambos expõem os problemas para que juntos possam ser solucionados.
Chiclete/grude: ser casal chiclete tem um limite. É legal ficar todo o mi mi mi fofo, mas tem limite. Digo, ter limite no quesito “até onde estou levando meu namoro”: muitas vezes quando alguém começa a namorar, o namorado (a) acaba se tornando o centro de tudo e o resto se torna algo inexistente. O namoro não pode ser assim! Eu e meu namorado saímos juntos, saímos com os nossos amigos, eu saio com os meus amigos e ele sai com os amigos dele. Isto é um exemplo, porque não faço do meu namorado centro da minha vida, da mesma forma que ele não me faz centro da vida dele. Respeitamos um ao outro, pois sabemos que antes de começarmos a namorar tínhamos nossos amigos e nossas rotinas e o que agora fazemos um pelo outro é SOMAR nessas áreas.
Paciente: ter paciência no namoro é um grande desafio, meu namorado que diga (risos). A paciência é essencial para que o namoro dê certo; paciência nas tribulações e principalmente na questão de se viver a castidade no namoro, ou seja, guardar o sexo só para depois o casamento (há outras coisas também que envolvem viver a castidade dentro do namoro). Eu poderia falar mais sobre esse assunto aqui, mas este tema pode ser abordado separadamente em outro texto exclusivo para o blog.
Enfim, o namoro é um caminho para o casamento. A cada dia vamos discernindo o que agrega ou não no relacionamento. É um momento de novas experiências, aprendizados, amadurecimento. Aprendemos com o tempo que a paixão passa e é substituído pelo amor, que mesmo sem dizer uma palavra estar na presença do outro é o que basta, é doação um pelo outro porque somos incumbidos de fazer o outro feliz, saber ouvir, ser paciente, é acordar todos os dias e ter o desejo cada vez maior no coração de querer levar aquele (a) que se ama para o céu. Vivendo tudo isso, colocando Deus a frente de tudo, Ele nos direciona ao matrimônio e assim o casamento se torna frutífero e enraizado em Deus.


Que vocês possam viver bem o período do namoro viva-o de forma conjunta com Deus para que Ele possa fortifica-los. Aos que ainda não namoram, acalmai-vos! Não é o fim do mundo, pois você pode ser muito novo (a) e imaturo para isto ou então Deus te chama para viver outra vocação.
Que a Sagrada Família, seja o modelo para os namorados que buscam viver o namoro em união com Deus e buscam formar uma família santa!

Deus os abençoe e que Nossa Senhora interceda por todos!




Jessica Brito da Cruz Loureiro
Coordenadora EAC Catedral (2012 – 2014)
Coordenadora Setor Juventude Dec. São Pedro de Alcântara (2015 - Atualmente)

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Discernimento
Preparação para a santidade

          Esse é o mês dos namorados. Mas antes de formar um casal, ou até mesmo durante o namoro, uma pergunta marca o caminho dos católicos: "afinal, qual é a minha vocação?" Para responder isso, só mesmo um bom tempo de discernimento. Nesse texto, compartilho com vocês como foi o meu discernimento. Espero poder acrescentar em algo na caminhada de vocês! Sou Nathália Pujol, namorada do Victor Mano.
Há algum tempo esse texto deve ser escrito, mas só depois que o discernimento passou, posso falar dele com mais clareza.
“Discernir nossa vocação” não estava nos nossos planos antes de Victor e eu começarmos a namorar. Meu diretor quase me deu uns tapas por causa disso. Mas algo marcou muito o 1 ano de convivência que tivemos antes do nosso primeiro beijo: a nossa amizade. Foi o discernimento que fizemos para dar um passo a mais. Foi em uma boa amizade que preparamos nossos corações para o namoro. Em cada momento dessa história imagine dois apaixonados que, acima de tudo, marcaram seu caminho com oração e uma boa amizade. Pois sem intimidade suficiente, não poderíamos compartilhar um com o outro os segredos do coração.
Nosso namoro era encantador, estávamos muito felizes, mas Nosso Deus e Senhor queria algo a mais de nós. Depois de alguns meses de namoro o Victor compartilhou comigo o desejo que crescia em seu coração de ser padre. Eu não tinha a menor ideia de como me comportar diante desse anúncio. Mas demos uma grande atenção ao seu discernimento. Chegou um momento, porém, que vimos que não seria mais possível continuarmos juntos para um verdadeiro discernimento. Até porque, eu estava indo embora para o exterior. Terminamos. Mas não durou muito, a dúvida e a saudade bateram e resolvemos encarar isso tudo juntos.
1 ano depois, havia crescido no meu coração o desejo de ser missionária. E para que eu pudesse assim bem servir à Deus, via que a vida religiosa seria a mais indicada. Queria me entregar por inteiro ao trabalho de evangelização e conversão do mundo. E Victor também desejava o mesmo. Ele queria ser padre e eu, freira. Mas eu já estava de volta e podíamos ficar juntos de novo, como não ficamos durante 1 ano. O que fazer? Era como estar diante de uma bifurcação. Ambos os caminhos nos levariam à santidade, tão almejada. Mas em qual deles Deus estaria nos esperando? Isso não sabíamos. Precisamos terminar de novo.
Durante aquele ano, Victor estava fazendo discernimento no Seminário Diocesano. Cada vez mais admirado com a vida sacerdotal. E eu, estava atacando todas as freiras que via na rua, querendo saber mais sobre suas congregações, suas atividades e o quão dedicadas às missões elas eram. Pela primeira vez, consegui começar a discernir minha vocação, com 1 auxilio do meu diretor. Compartilhava com ele todas as alegrias e decepções que encontrava nesse meu percurso pelos conventos da cidade.
Um dia, no final de uma Missa, conheci, por providência divina, a Irmã Sandilene. Filha da Caridade, ela me levou à um mergulho por toda a espiritualidade de São Vicente de Paulo e de Santa Luiza de Marillac. Meu encantamento por seus trabalhos, crescia a cada dia, e o medo de me tornar freira também. Minha Família estava desapontada que eu poderia não me casar, mas trataram o assunto com menos desespero que eu previa.
Preciso lembrar que meu discernimento não se concentrava só na vocação religiosa x matrimonial, mas também profissional e geográfico. Como assim? Dê uma olhada, esse quadro me ajudou a refletir sobre tudo isso: 



  
Um monge alemão me orientou escrever todo dia, para onde o meu coração se inclinava: pro matrimonio ou pra vida religiosa. No final de cada mês deveria fazer um balanço para ver para qual lado estava mais voltada. Se isso realmente me ajudaria, não sabíamos, mas era um bom começo!
Achei tão divertido que resolvi colocar na parede, com todas as dúvidas que estavam na minha cabeça: se me tornava freira ou me casava, se estudava cervejaria ou medicina, se ficava na Alemanha ou voltava pro Brasil.
No fim de tudo, eu havia me apaixonado pela Alemanha, mas com o coração brasileiro, preferi ficar por aqui e estudar Psicologia (não, não mais medicina x cervejaria). E Victor e as Filhas da Caridade? Eu também estava apaixonada pelo carisma delas, mas meu coração não estava lá. Na mesma semana que descobri isso, Victor decidiu não entrar no seminário. Ele também não via que lá estava seu chamado. Decidimos voltar a pensar no “nós”. Em construir uma família, em sermos santos juntos.
Mas o discernimento não podia parar. Agora, mais do que nunca, precisávamos ter certeza de onde Deus nos queria. E para que vivêssemos bem esse tempo, um conselho do meu diretor foi super importante: “vocês precisam cultivar a distância externa, para purificar a internar”. Ou seja, por mais que quiséssemos logo andar por ai de mãos dadas, precisávamos manter o foco no discernimento, para que pudéssemos ouvir a voz de Deus no nosso coração.
O prazo final seria a Páscoa de 2017. Se fosse do agrado de Deus que voltássemos a ser um casal, voltaríamos a namorar só depois da ressurreição de Nosso Senhor. E nosso maior foco da Quaresma foi ter certeza disso.
Quando chegou a Quinta-feira Santa, Victor e eu já tínhamos quase toda a certeza de que deveríamos voltar. A chama da paixão que havia em nossos corações, havia sido reacesa. Nós tínhamos certeza de que nos amávamos. Mas eu estava aflita, porque espera ainda um sinal seguro de Deus. Preparei uma carta e estava indo levar para a Irmã “Sandi”. Antes de chegar até ela, Victor me encontrou, de surpresa, e me entregou uma rosa. Quando encontrei a Irmã, não falamos nada sobre o discernimento, tudo o que eu precisava dizer estava na carta. Mas batemos papo, como há tempo não fazíamos e ela me entregou um pão de mel.
Com aquela rosa e aquele pão de mel, fui para a Missa do Lava-pés. E depois, Vigília. Eu não tinha muito tempo de oração, minha família me esperava em casa. Eu disse isso para Deus. Não se apressa Deus, mas eu disse que não podia esperar mais por uma confirmação 3 sua. E olhando para aquele pão de mel, chorei. Chorei pensando que podia ou não ser freira. Mas quando olhei para a rosa, chorei com a certeza de que seria mãe. Uma alegria tomou conta do meu coração e eu não tinha mais dúvida: ao lado do Victor era o meu lugar. Era o lugar que o Senhor havia nos preparado.
Agora estávamos juntos de novo, rumo a uma vida santa, com a Graça do mesmo Deus que nos uniu há 3 anos atrás. O discernimento só acaba no altar. Mas já temos mais certeza do nosso lugar, porque estávamos muito felizes. E vocação nenhuma nos garante a felicidade, se não a certa!!
Fico feliz de o meu discernimento ter me levado a tomar essas decisões, mas vou sentir falta mesmo era daquele quadro, porque do nervosismo, da angústia e das noites sem dormir, não tô querendo matar saudade não.
Por fim, meus conselhos são:
- Procure um diretor espiritual o mais rápido possível. Esteja você discernindo vocação ou não;
- Se não está discernindo sua vocação, comece, quanto mais cedo, melhor;
- Faça quadros como o meu, para visualizar suas opções, mas lembre-se: eles não são remédios, pode ser que mais se decepcione do que se tranquilize. Mas posso garantir que são muito divertidos e que, com criatividade, poderá brincar de decorá-los.
- Enquanto discerne sua vocação, silencie o máximo possível e ouça o coração, com auxílio da razão. Pois assim, ouvimos a voz de Deus. E Ele que nos tomará pela mão e nos levará pelas águas mais profundas do mar que Ele mesmo desejar. Não tenha medo.
- Tenha boas amizades e, se de uma boa amizade, vier uma vocação, conte sempre com a benção de Deus e siga os conselhos do próximo post…

Nathália Pujol,
namorada de Victor Mano.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo

Caros irmãos e irmãs, a Igreja se reúne hoje para comemorar sua maior riqueza: a Eucaristia!
O dia da Eucaristia propriamente dito é a Quinta-feira Santa, mas, por estarmos mergulhados nos mistérios da Semana Santa, a Mãe Igreja nos prepara outra data para tal comemoração: a primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. Este dia tão importante chamamos Corpus Christi (Corpo de Cristo).
Esta Solenidade tem origem na Idade Média. Por volta do ano 1000, alguns hereges negavam a presença de Jesus na Eucaristia. A Igreja, porém, sempre defendeu esta Verdade de Fé. No ano 1215, no IV Concílio de Latrão, a Igreja ‘’fechou questão’’ sobre a presença real de Cristo na Eucaristia. Em 1243, uma freira belga afirmou ter visões de Nosso Senhor, nas quais Ele pedia que a Eucaristia fosse celebrada com destaque.
Em Bolsena (Itália), durante uma Missa celebrada por Pe. Pedro de Braga, da hóstia consagrada caíram gotas de sangue; o padre duvidou da presença eucarística. O Papa Urbano IV estava na cidade vizinha e ordenou que lhe levassem a hóstia. Quando a viu exclamou: “Corpus Christi!”. Em 1264, ano de sua morte, o mesmo Papa estendeu a toda a Igreja a festa eucarística pedida por Cristo e como memorial do milagre de Bolsena.
Santo Tomás de Aquino compôs textos para os ritos litúrgicos, depois de também outros teólogos apresentarem suas versões. Somente em 1274 começou o costume de fazer a procissão expondo a hóstia consagrada num ostensório. Em 1317 o papa João XXII criou o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas ruas.
O milagre eucarístico mais famoso é o milagre de Lanciano. Um padre duvidou da Transubstanciação na hora da Consagração. O pão tornou-se carne e começou a sangrar. Pesquisas mostram que a carne é de um coração humano e o sangue também. O sangue é AB, o mesmo tipo presente no Santo Sudário.
A procissão pelas ruas é um testemunho público de nossa crença na Eucaristia. Mostramos ao Mundo em quem está fundamentada nossa Fé. Que nós possamos neste dia, renovar nossa Fé na Eucaristia e dar um verdadeiro testemunho perante o Mundo decadente. Que ao verem nossa Fé, muitos se convertam!



                           Marcos Paulo V. Mendes
                 Cerimoniário e membro do Setor Juventude.

domingo, 4 de junho de 2017

Pentecostes: Dia do Espírito Santo

Meu nome é Sérgio Nardi, tenho 23 anos e frequento a paróquia da Catedral desde a chegada do nosso pároco, Padre Adenílson, e frequento o setor juventude há mais ou menos um ano. Venho de uma família muito boa e simples, pais que eu amo muito e que sempre estiveram do meu lado. Desde os meus 6 anos trabalho na igreja, servindo a Cristo no altar. Alguns anos depois Deus me chama para servir a Ele na música também.
Neste domingo, juntos com toda a igreja do mundo, celebraremos a solene festa de pentecoste, onde através desta festa compreendemos todas as outras solenidades da igreja e onde compreendemos o nosso chamado no mundo. Mas começo com uma pergunta. O que é o Espirito Santo?  Conversando com a minha mãe, a caminho da missa e com dúvidas de como começaria esse texto, perguntei para ela como eu iria falar sobre o Espirito Santo. Sua resposta ajudou bastante, mas ainda faltava algo. Então, percebi que só poderia falar do paraclito, como o Espirito Santo é conhecido, se tivesse verdadeiramente uma experiência com Ele.
Desde muito novo na igreja sempre ouvi falar sobre o Espirito Santo, diziam que Ele era um presente de Deus para as nossas vidas e para a nossa caminhada. Que para chegar até o céu e contemplar a face de Deus, precisaria que Ele habitasse dentro de nós. Mas, por que um Alguém teria que habitar dentro de mim para eu contemplar um dia a face de Deus? Pois bem, anos mais tarde entrei para o grupo de jovens da minha comunidade e também, lá nas reuniões, se falava muito sobre o Espirito Santo, mas ainda não o conhecia. Conhecia apenas por palavras, mal sabia eu que no dia do meu Batismo já tinha conhecido e recebido Ele dentro do meu coração, mas aquelas palavras estavam começando a me incomodar e mesmo assim, pela minha ignorância, deixei para lá e segui meu caminho na igreja.
Até que um dia conheci um consagrado da Shalom em uma preparação para o retiro de carnaval da minha comunidade e ele falava da vinda do Espirito Santo sobre os Apóstolos e que, depois daquele acontecimento, eles ficaram cheios das Graças do Espirito e que, a partir daquele momento, Deus começou a agir neles. Já não eram mais eles que viviam, mas Deus que agia neles e morava dentro deles. Então, eles conseguiram ir para o mundo e pregar a Boa Nova de Cristo. Aquelas palavras que já me perturbava no dia a dia, naquela ocasião da preparação do retiro de carnaval, ficou ainda maior. E Deus com toda a Sua infinita Misericórdia, através da nossa suplica pedindo a vinda do Seu Espirito, fez com que eu tivesse uma experiência que a partir daquele dia, minha vida mudaria para sempre. Eu sentia uma chama tão forte dentro do meu coração, que poderia comparar esta chama com um vulcão em erupção. Eu me sentia diferente modificado e muito alegre. Então, aquelas palavras que eu sempre ouvia dentro da missa, começou a fazer sentido para mim.
Hoje todos nós precisamos passar por essa experiência para entender verdadeiramente o que Deus quer em nossas vidas. Vemos por exemplo os Apóstolos, que após a morte de Cristo ficaram tão perdidos e sozinhos, mas através do Paraclito, conseguiram enxergar a vontade de Deus para eles. E principalmente Pedro, um velho pescador, que negou Cristo três vezes e não teve se quer a coragem de ficar nos pés da Cruz junto à Maria e João, se tornou aquilo que Deus quis para ele um verdadeiro pescador de almas e a rocha fundamental para o começo da nossa igreja. E através do seu testemunho, que o Espírito conduzia, muitas pessoas se converteram a Cristo. E a partir daquele momento tão grandioso, através do Espirito, dava-se início a nossa igreja Católica Apostólica Romana.
Voltando àquela pergunta que fiz no início, o que é o Espírito Santo? Posso responder com firmeza e com experiência, que é o amor entre o Pai e o Filho e desse amor provêm para todos nós, os dons do Espirito Santo que são: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor a Deus. E como posso receber todos esses Dons? Muito simples, abra-se a ação do Espirito Santo e deixe-o te molda segundo a Vontade de Deus. Através dessa mudança, você perceberá que já não é você que vive, mas sim Deus que vive dentro de você. E Todas as coisas que não compreendia antes, por exemplo: a transferência de um padre para outro país, o Espirito de Deus vai te ajudar a compreender as vontades do Pai.
E nesta solene festa que iremos passar, Deus nos dá a chance de mais uma vez, vivenciar este momento tão grandioso que Jesus prometeu para todos nós e que está escrito no livro de João capítulo 16, versículo 7: “ Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, seu eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei”. Então, esteja aberto a esse Espirito de Amor, que modifica todas as coisas e nos faz compreender todas as vontades do Pai. Só através do Espirito podemos dar gosto a esta Terra e iluminar esse mundo cheio de trevas. Paz e Bem!



Sérgio Nardi
2º JoAM da Catedral
Coordenador de Liturgia do Setor Juventude.

Pensando o futuro

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