("Alegra-te Maria,
Imaculada e Santa, amada de Deus, nova Eva eleita, cooperadora da
reconciliação. Mãe de Jesus e nossa, incansável auxílio dos pecadores, maternal
intercessora, lembra-te sempre deste filho teu. Amém.")
Meu nome é
Kássia, tenho 19 anos (prestes a completar 20, no próximo 28/05) e faço parte
da obra FAC/JoAM desde junho de 2014. Atualmente eu vivo em São José, cidade
vizinha de Petrópolis e, consequentemente, sou da Paróquia de São José. Há dois
anos, tive a sorte e o prazer de fazer parte da Paróquia da Catedral de São
Pedro de Alcântara e estive ali por 1 ano e meio. Sou inteiramente consagrada a
Jesus, pelas mãos de Maria, no título de Nossa Senhora de Guadalupe e desde a
minha consagração, vivo altos e baixos na minha vida de oração, numa constante
luta contra mim mesma, mas determinada a alcançar o sonho dEle para minha vida:
a santidade, na qual o caminho se torna mais leve e doce, ao lado de Maria.
Sempre que
tenho a oportunidade de falar sobre ela, digo que é um grande desafio e o
quanto ainda sou testada frente a cada convite, como esse que me fizeram de
falar um pouco sobre as suas sete alegrias. Aproveito para dizer, que a maior
alegria foi a minha, por ter a honra de falar dela, justamente no mês
Mariano. Por mais que a cada pregação/texto/momentos conduzidos, onde a atenção
é voltada a ela, por mais que pesquisemos sobre sua vida, nós nunca
entenderemos completamente a sua grandiosidade. Maior que Nossa Senhora aqui na
terra (em todos os tempos), apenas Seu Filho Jesus Cristo, nossa única meta, e
é pra honra e glória dEle que começo o texto de hoje...
Maria,
em toda a sua vida, foi e continua sendo o maior exemplo que temos para seguir,
de como ser um perfeito louvor a Deus. Aqui, meditaremos um pouco sobre suas
sete alegrias: A anunciação, a visitação a Santa Isabel, o Natal, a adoração
dos Reis Magos, o encontro com Jesus no Templo, a Ressurreição e a Assunção e
coroação de Maria.
Primeira alegria: A Anunciação.
A
primeira de suas alegrias foi no momento em que Deus, em sua infinita bondade,
manda ao encontro de Maria, São Gabriel Arcanjo. Deus sendo Deus, poderia ter
vindo ao mundo de todas as formas possíveis, mas foi querendo se igualar a nós
humanos, que escolheu se abrigar no seio da Virgem Maria e vir para a nossa
salvação da mesma forma que nós.
“Ave,
cheia de graça. O Senhor é contigo” (Lc 1, 28). Nesta simples saudação, podemos
facilmente perceber a predileção de Deus para com essa serva: “Cheia de graça”,
agraciada por Deus, onde Ele depositou todas as suas graças... ou melhor,
quando olhamos para o texto original em que a Sagrada Escritura foi escrito,
vemos uma saudação ainda mais rica “Explosão da graça de Deus!”. Essa explosão
tem um nome: Maria!
Continuou
o anjo: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que
conceberás e darás a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.” (Lc 1,30). Como
resposta imediata, com a única finalidade de agradar a Deus, ela respondeu “Eis
aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1,38).
Quanto amor a Deus Nossa Senhora tinha!! Que ao final desta primeira alegria,
saibamos olhar para tão grande amor e pedir por sua poderosa intercessão, que
sejamos também nós como ela, repletos de amor a Deus e preenchidos pela vontade
de fazer tudo o que for de Seu agrado.
Segunda alegria: a Visitação a sua prima Santa Isabel.
É
inimaginável tamanha alegria que Maria sentiu ao ser agraciada pela visitação
de São Gabriel Arcanjo e, a partir daquele momento, trazer dentro de si, Aquele
que a formou!!! Mediante tamanha alegria, esta perfeita serva não se “abalou”
em nenhum sentido e, sabendo da gravidez de sua prima idosa, Isabel, pôs-se a
seu serviço. Subiu as montanhas e foi ao seu encontro para ali permanecer por
cerca de três meses, servindo (mesmo carregando o próprio Deus em seu ventre) a
sua prima.
É
neste episódio, que contemplamos a sua segunda alegria. Bastou Isabel ouvir sua
saudação, e o Espirito Santo desceu sobre ela e lhe inspirou, mostrando que em
sua frente estava aquela que carregava o tão esperado Messias. Só ao ouvir a
doce voz da Virgem, João Batista em seu seio foi santificado e, neste momento,
Santa Isabel recitou outra linda saudação a Maria: “Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto do teu ventre (...) Bem-aventurada és tu que
creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram
ditas!” (Lc 1, 42-45).
Para concluir
tamanha alegria desta segunda que meditamos, encerraremos com uma parte do
cântico perfeito de louvor a Deus que ela entoou ao receber tão rica saudação:
“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu
Salvador” (Lc 1, 46). Quanta grandeza desta serva que em tudo rendeu graças a
Deus! Que ao final da meditação desta segunda alegria, saibamos olhar para sua
humildade e pedir por meio de sua poderosa intercessão, esta grande virtude que
tanto agrada a Deus: nossa pequenez.
Terceira alegria: Nascimento de Jesus.
É
sabido que, a maior alegria de uma mulher é o momento em que conhece o rosto do
seu filho tão esperado e amado por 9 meses. Partindo deste princípio, podemos
meditar sobre esta sua terceira alegria, onde ela pode conhecer e ver de fato,
O Verbo Encarnado! Ela que, permanecendo virgem, pode dar a luz a própria
Pessoa que a formou. Alegrai-vos, virgem Maria!
Ainda
que estivesse em um estábulo, cercados de animais, naquele momento, ela trouxe
ao mundo o AMOR e por amor, novamente deu graças a Deus por ter sido ela, o
primeiro sacrário vivo de Jesus Cristo e por ter sido ela, a que primeiro O
segurou em seus braços.
Quanta
alegria no Nascimento de Jesus!! Que ao final da meditação desta terceira
alegria, possamos pedir a Maria que, assim como naquela noite em que ela O
colocou em um estábulo, ela possa hoje O colocar no mais íntimo de nossas
almas, tão ou mais sujas que o próprio estábulo, marcadas pelo pecado.
Quarta alegria: a Adoração dos três Reis Magos.
“Hoje
vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos
servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa
manjedoura.” (Lc 2 - 10,11). Tão grande foi o plano de Deus que, mandou um anjo
seu para anunciar a Boa Nova aos Reis Magos e para assim, serem eles os
primeiros a adorarem a Jesus Menino na manjedoura. Após essa revelação,
partiram os três Reis Magos para Belém e encontrando Jesus, puseram-se em
Adoração.
Maria,
sendo serva simples de Deus, sentiu em seu peito uma enorme alegria ao olhar
aquela cena em que os três homens reconheceram em seu Filho recém-nascido, no
meio de um estábulo cercado de animais, a Sua Majestade. Quanta felicidade não
deve ter sentido essa mãe, ao perceber que neste momento, Deus estava sendo
honrado e por ser testemunha de todos estes acontecimentos.
“Maria
conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração.” (Lc 2, 19). Que
assim como esta nossa mãe, sejamos nós também, atentos às grandiosidades de
Deus em nossas vidas e que, assim como ela, saibamos conservar e meditar tudo o
que nos acontecer no dia a dia, para assim, rendermos glória a Deus em todos os
dias de nossas vidas. Peçamos e aprendamos com ela esta graça!
Quinta alegria: o Encontro do Menino Jesus no Templo.
“Meu
filho, que nos fizeste? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de
aflição.” (Lc 2, 48). Esta quinta alegria meditada, vem para acalmar o coração
de uma mãe ao ter perdido o Seu Filho após três dias. Quanta aflição e angustia
não deve ter sentido Maria, ao perceber que o tão amado Jesus já não estava
mais com ela!! Aflição esta que a acompanhou por cerca de 72 horas, onde
incansavelmente esteve a sua procura, junto ao seu castíssimo Esposo, São José.
Tanta
tristeza foi rapidamente substituída por imensa alegria e tranquilidade quando
viu Jesus no Templo, falando e ensinando sobre seu Pai. Neste episódio, Maria
pode ver quanta sabedoria Ele já possuía aos seus doze anos e o quanto Ele
crescia em graça diante dos homens.
Jesus,
sendo Deus, continuava a ser submisso aos seus pais e obedecia tudo o que eles
lhe pediam. Que nesta quinta meditação, saibamos olhar para o exemplo de Nosso
Senhor Jesus Cristo e sermos educados pela Virgem Maria, para que, assim como
Ele, saibamos nós também, enchermos o coração de nossa mãe de alegria.
Sexta alegria: Maria vê Jesus Ressuscitado.
Quem
seria capaz de aceitar um plano sobrenatural: conceber o Salvador e depois, à
morte O entregar? Quem ficaria de pé diante da cruz e ainda assim em Deus
confiaria? Após tanto sofrimento por presenciar a condenação, flagelação,
crucificação e morte de Seu Filho, eis que chega a maior de suas alegrias:
presenciar a sua Ressurreição!
Nos
três dias que em o coração de Jesus estava parado, Maria sua mãe, foi a única
que não visitou o Seu corpo no túmulo, pois, assim como em toda sua vida, tinha
plena confiança na palavra de Deus e sabia que, ao terceiro dia, ressuscitaria.
E assim se fez.
Seu
coração se encheu de alegria ao contemplar finalmente a glória de Deus em Seu
Filho Jesus ressuscitado. A morte já não existia mais. Eis que tudo se fez
novo. Não existia mais tristeza ou choro ou angústia. Seu Filho viveria (e
vive) eternamente!
Inexplicável
alegria esta vivida por Maria, que aprendamos assim como ela, a confiar nos
planos de Deus! “Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está
mais aqui, mas ressuscitou!” (Lc 24 – 5, 6). Que pela intercessão de Maria,
Cristo ressuscitado possa fazer morada em nossos corações e fazer tudo novo em
nossas vidas, diariamente! Que o homem velho, já não reine mais em nós.
Ensina-nos mãe, a confiarmos nEle como tu confiaste!
Sétima alegria: A assunção de Maria ao Céu e sua Coroação como
Rainha do Céu e da Terra.
Maria,
fazendo parte essencial do plano de Salvação de Deus para o mundo, não poderia
ser ainda mais glorificada ao final de sua passagem aqui na terra, como subindo
aos céus de corpo e alma, para viver eternamente junto ao Seu Filho Jesus
Cristo na plenitude dos séculos. Se o salário do pecado é a morte (Rm 6, 23) e
Maria não conheceu sequer a mancha do pecado, seu corpo não poderia passar pela
morte e assim, subiu aos céus, para lá, ser coroada como Rainha do Céu e da
Terra. Ela que é Filha de Deus, mãe de Jesus, esposa do Espirito Santo e Templo
da Santíssima Trindade! Ela que foi a responsável, geneticamente, pela formação
do Sangue e da Carne entregue pela nossa Salvação na Cruz e, portanto, é também
nossa Co-Redentora, além de nossa Mãe.
Alegra-te
mãe, por todos os séculos, por seres quem és! Que nesta meditação de sua sétima
alegria, sejamos nós também, agraciados pela sua constante presença maternal em
nossas vidas e que sejamos sempre educados por ti, nosso atalho para o céu! Que
um dia, estejamos nós também, juntos ao Seu Filho, contemplando-O face a face,
na alegria eterna.
Meu testemunho de vida, com Nossa
Senhora.
Dos
vários testemunhos que poderia citar, onde em minha vida pude presenciar os
cuidados e a doçura desta bondosa mãe, irei contar apenas um (por uma
inspiração vinda do céu):
Em
2014, descobri um cisto em meu corpo, que apareceu pela primeira vez na
primeira quinzena de dezembro do ano mencionado. Neste episódio, comecei a
sentir algumas dores ao redor de onde ele se encontrava que, ao passar dos
dias, ia aumentando cada vez mais. Primeiramente, eu sentia alguns incômodos,
depois já não conseguia sentar, depois andar e assim, sucessivamente. Até que a
inflamação no cisto se rompia e a dor cessava.
Uma
de suas características era que, quanto mais o tempo passava, esse cisto
apareceria em intervalos de tempo menores e com um maior grau de dor. Este
tormento só acabaria através da cirurgia.
Em
dezembro, como disse, senti pela primeira vez. Em março de 2015, quando percebi
que ele estava voltando, tomei anti-inflamatórios para cortá-lo de uma vez. Em
maio, a dor ameaçou a voltar. Tomei o anti-inflamatório. Em julho, a mesma
coisa. Até que no final de setembro, o anti-inflamatório já não fez mais efeito
e a dor veio com tudo (como já esperado, a dor veio ainda maior que da primeira
vez e o cisto, ainda mais resistente).
A
princípio vieram os incômodos. Com o passar dos dias, já não conseguia mais
sentar, não conseguia mais andar e por estar mais resistente, ele permaneceu
inflamado por mais dias. No final da crise, eu já apresentava vertigens (que
antes, não apareceu): dor no corpo, fraqueza, febre, estômago fraco, vontade de
vomitar etc.
Lembro
que na última noite de crise, a dor era tanta (e as vertigens citadas acima
também), que eu tive delírios pela madrugada. Assim, não conseguia dormir
porque o cisto doía em qualquer posição. Em um dado instante, lembro que pedi a
Maria para que aliviasse a dor que eu sentia e que pusesse suas mãos virginais
sobre meu cisto e tirasse de mim aquela dor para que eu pudesse dormir, já na
avançada madrugada.
Foi
ai que, passado uns 20 min, senti vontade de ir ao banheiro e com MUITA
dificuldade me levantei da cama. Quando voltei, presenciei aquilo que pra mim
era inacreditável: já não sentia mais nenhuma dor e pude me mover pela cama de
todas as formas sem sentir sequer o menor incômodo. Lembro que não acreditei
que aquilo estava acontecendo e somente agradeci, repleta de emoção. Assim
somos nós: pedimos a graça e quando ela vem, não acreditamos rs.
No
dia seguinte a dor voltou com tudo, mas o cisto se rompeu e antes que
terminasse o dia, já não havia mais nada ali. Foi ai que tive mais uma surpresa,
um carinho da mãezinha por mim: eu já estava escalada para a equipe do JoAM
paroquial da Catedral que aconteceria em duas ou três semanas, o que eu não
esperava era que eu fosse chamada para pregar sobre Maria e conduzir o momento
mariano do encontro.
Quando
chegou o dia, estava eu ali testemunhando com muita emoção a experiência que
havia vivido com Maria naquela noite. Mas em momento nenhum, eu disse onde
estava o meu cisto. Ao final do momento, eu tive um recado vindo do céu que
tudo ficaria bem comigo e que o cisto já não me atormentaria novamente com
dores. Hoje, já faz quase dois anos deste momento que passei e desde este dia,
nunca mais o cisto voltou a aparecer e eu até me esqueço de que ainda o tenho.
Quando fui fazer a ultrassom no ano passado e o médico soube que nunca mais o
cisto apareceu, ele não soube explicar como isso poderia estar acontecendo...
Mas eu sei: Maria! Novamente por meio dela, Deus foi e continua sendo honrado e
glorificado e esta, foi uma das maiores provas que eu tive de que o céu existe
e que lá de cima, existe um Deus que me ama acima de qualquer coisa, e que vive
ao lado de Maria, de todos os anjos e santos que rogam por nós a cada instante,
pela nossa santificação, para que um dia estejamos todos juntos na comunhão
celestial.
Kassia Carvalho
JoAM Diocesano 2014
Paróquia de São José