Olá, somos o casal Ana Roberta e Marcio,
um dos casais assessores adultos do EAC. Nos convidaram para falar um pouco
sobre nossa vocação matrimonial.
Saber a nossa vocação não é uma tarefa
fácil.
Primeiramente temos que ter uma
intimidade com o Senhor, porque sabemos que somos chamados à santidade, não
importa o que fizermos.
Deus nos dá dons que nos diferencia uns
dos outros. Esses dons são nossas habilidades, aptidões, o que nos identifica.
Na vocação do matrimônio não é diferente. O que nos chama à atenção é um
sentimento de estar com alguém, querer dividir com a pessoa amada suas
felicidades, tristezas, etc. Para isso devemos estar atentos aos sinais que o
Senhor nos revela, pois Ele nos surpreende sempre!
Para entender um pouco como isso
acontece, vamos contar um pouquinho da nossa história: Eu, Ana Roberta, estava
decidida a ir para o convento, pois na época, eu sentia um chamado muito forte,
e fui me aconselhar com o Pe. Quinha, que me apoiou muito nessa decisão, mas
tinha um porém, mesmo eu sendo católica e também catequista, meus pais já eram
evangélicos, e não aprovavam a minha decisão de ser freira. O Pe. Quinha me
direcionou para um sacerdote que auxiliava os vocacionados. Ele conseguiu convencer
os meus pais a me deixarem ir conhecer o convento.
No final de janeiro, esse padre levou a
mim e mais 3 meninas até o Convento das Irmãs Angélicas em Teresópolis. Conheci
a madre superiora, ela me explicou tudo sobre a vida delas no convento, voltei
com mais certeza ainda de que eu queria servir a Deus dessa maneira.
As aulas voltaram e eu estava no último
ano de contabilidade. Segundo meus planos, no final do ano me formaria e iria
para Teresópolis.
Os meses se passaram e em junho comecei a
trabalhar em um escritório. Lá, eles pediam informações cadastrais para a
empresa em que o Marcio trabalhava. Foi aí que começou o conflito, porque já
estava tudo certo, eu iria para o convento, etc. Mas desde quando falei com ele
por telefone pela primeira vez, fiquei confusa, era muito estranho. Mesmo não o
conhecendo pessoalmente, eu estava sentindo algo que eu nunca tinha sentido.
Um dia, ele resolveu ir até o escritório
e ficamos conversando sobre várias coisas, e até comentei que eu iria para o
convento. Uma semana depois, ele me convidou para sair, mesmo sabendo que eu
queria ser freira. Começamos a namorar, com o consentimento dos meus pais.
Eu queria entender o que Deus queria para
nossas vidas, porque a cada dia o nosso sentimento só aumentava. Quando nos
encontrávamos, tínhamos muitos assuntos, partilhávamos nosso cotidiano um com o
outro. Começamos a ir à missa juntos, porque até então ele ia na paróquia Nossa
Senhora do Rosário. Passamos a ir na paróquia Nossa Senhora do Amor Divino, onde
eu participava.
Como estava próximo o 8º Congresso
Diocesano em Teresópolis, decidimos ir junto com o grupo de jovens que eu fazia
parte, e também seria uma oportunidade para conversar com a Madre sobre o que
estava acontecendo.
Chegamos no ginásio do Pedrão, algum
tempo depois localizamos a Madre e fui até ela, do outro lado da arquibancada,
para conversamos. Lhe disse que estava namorando, ela me disse que “Deus sabe
todas as coisas”, e que “caso não desse certo o namoro, ela estaria me
esperando”. O Marcio me aguardava ansioso, pois havia me dito que “respeitaria
minha decisão, qualquer que fosse”. Voltei para o lugar onde estávamos com a
certeza de que Deus nos chamava ao matrimônio.
Já de volta a Petrópolis, quando comentei
com algumas amigas sobre essa história, uma delas me pediu para passar os
contatos das irmãs do convento em Teresópolis. Ela iria conversar com seus
pais, pois a conversa despertou nela o chamado de ser freira.
O nosso amor foi sendo cultivado ao longo
dos meses e no final do ano seguinte, nos casamos, com a graça de Deus! E 5
anos depois, Deus nos abençoou com nossa filha, Lorena, que hoje participa do
EAC da Catedral.
Até hoje, quando vamos ao Pedrão, nos
lembramos que foi ali que recebemos a direção da nossa vocação ao matrimônio.
Então, não importa a nossa vontade, Deus sempre vai fazer a Dele.
Realmente, às vezes temos alguns
conflitos, mas temos a certeza que Deus está sempre no comando das nossas
vidas, pois como diz em Mt 19,6: “Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto
não separe o homem o que Deus uniu”.
E lembrando a amiga que mencionei, hoje
ela serve ao Senhor como irmã Angélica em Teresópolis.
Jesus, Maria e José, nossa família
vossa é.
Ana Roberta e Marcio Golinelhi
Assessores adultos EAC
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