domingo, 13 de agosto de 2017

Vocação Matrimonial

     Olá, somos o casal Ana Roberta e Marcio, um dos casais assessores adultos do EAC. Nos convidaram para falar um pouco sobre nossa vocação matrimonial.
        Saber a nossa vocação não é uma tarefa fácil.
    Primeiramente temos que ter uma intimidade com o Senhor, porque sabemos que somos chamados à santidade, não importa o que fizermos.
      Deus nos dá dons que nos diferencia uns dos outros. Esses dons são nossas habilidades, aptidões, o que nos identifica. Na vocação do matrimônio não é diferente. O que nos chama à atenção é um sentimento de estar com alguém, querer dividir com a pessoa amada suas felicidades, tristezas, etc. Para isso devemos estar atentos aos sinais que o Senhor nos revela, pois Ele nos surpreende sempre!
       Para entender um pouco como isso acontece, vamos contar um pouquinho da nossa história: Eu, Ana Roberta, estava decidida a ir para o convento, pois na época, eu sentia um chamado muito forte, e fui me aconselhar com o Pe. Quinha, que me apoiou muito nessa decisão, mas tinha um porém, mesmo eu sendo católica e também catequista, meus pais já eram evangélicos, e não aprovavam a minha decisão de ser freira. O Pe. Quinha me direcionou para um sacerdote que auxiliava os vocacionados. Ele conseguiu convencer os meus pais a me deixarem ir conhecer o convento.
       No final de janeiro, esse padre levou a mim e mais 3 meninas até o Convento das Irmãs Angélicas em Teresópolis. Conheci a madre superiora, ela me explicou tudo sobre a vida delas no convento, voltei com mais certeza ainda de que eu queria servir a Deus dessa maneira.
     As aulas voltaram e eu estava no último ano de contabilidade. Segundo meus planos, no final do ano me formaria e iria para Teresópolis.
      Os meses se passaram e em junho comecei a trabalhar em um escritório. Lá, eles pediam informações cadastrais para a empresa em que o Marcio trabalhava. Foi aí que começou o conflito, porque já estava tudo certo, eu iria para o convento, etc. Mas desde quando falei com ele por telefone pela primeira vez, fiquei confusa, era muito estranho. Mesmo não o conhecendo pessoalmente, eu estava sentindo algo que eu nunca tinha sentido.
      Um dia, ele resolveu ir até o escritório e ficamos conversando sobre várias coisas, e até comentei que eu iria para o convento. Uma semana depois, ele me convidou para sair, mesmo sabendo que eu queria ser freira. Começamos a namorar, com o consentimento dos meus pais.
      Eu queria entender o que Deus queria para nossas vidas, porque a cada dia o nosso sentimento só aumentava. Quando nos encontrávamos, tínhamos muitos assuntos, partilhávamos nosso cotidiano um com o outro. Começamos a ir à missa juntos, porque até então ele ia na paróquia Nossa Senhora do Rosário. Passamos a ir na paróquia Nossa Senhora do Amor Divino, onde eu participava.
      Como estava próximo o 8º Congresso Diocesano em Teresópolis, decidimos ir junto com o grupo de jovens que eu fazia parte, e também seria uma oportunidade para conversar com a Madre sobre o que estava acontecendo.
      Chegamos no ginásio do Pedrão, algum tempo depois localizamos a Madre e fui até ela, do outro lado da arquibancada, para conversamos. Lhe disse que estava namorando, ela me disse que “Deus sabe todas as coisas”, e que “caso não desse certo o namoro, ela estaria me esperando”. O Marcio me aguardava ansioso, pois havia me dito que “respeitaria minha decisão, qualquer que fosse”. Voltei para o lugar onde estávamos com a certeza de que Deus nos chamava ao matrimônio.
       Já de volta a Petrópolis, quando comentei com algumas amigas sobre essa história, uma delas me pediu para passar os contatos das irmãs do convento em Teresópolis. Ela iria conversar com seus pais, pois a conversa despertou nela o chamado de ser freira.
       O nosso amor foi sendo cultivado ao longo dos meses e no final do ano seguinte, nos casamos, com a graça de Deus! E 5 anos depois, Deus nos abençoou com nossa filha, Lorena, que hoje participa do EAC da Catedral.
       Até hoje, quando vamos ao Pedrão, nos lembramos que foi ali que recebemos a direção da nossa vocação ao matrimônio. Então, não importa a nossa vontade, Deus sempre vai fazer a Dele.
      Realmente, às vezes temos alguns conflitos, mas temos a certeza que Deus está sempre no comando das nossas vidas, pois como diz em Mt 19,6: “Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto não separe o homem o que Deus uniu”.
      E lembrando a amiga que mencionei, hoje ela serve ao Senhor como irmã Angélica em Teresópolis.
Jesus, Maria e José, nossa família vossa é.



Ana Roberta e Marcio Golinelhi
Assessores adultos EAC

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