sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Vocação, um chamado de Deus

      Olá, meu nome é Gabriela, tenho 20 anos. Estou no 6° período do Curso de Pedagogia e atualmente coordeno o Setor Juventude da paróquia de São Pedro de Alcântara.
      Nos foi proposto nesse texto refletirmos um pouco sobre um tema, importantíssimo para nossa vida de Cristãos. Porém, muitas vezes, temos um pouco de medo. Medo da nossa vontade não ser a mesma que a de Deus. Diante dele, nos é pedido coragem, pois aquele que nos criou, sempre tem o melhor preparado para cada um de nós. Só precisamos olhar além do medo e confiar nos seus planos. Vamos lá, então.
      Durante o mês de agosto a Igreja nos convida a rezar e a refletir acerca das vocações.
      A palavra vocação vem do latim VOCARE, que quer dizer: convocar, escolher, chamar. Ou seja, é uma convocação, uma escolha de Deus por uma alma, para cumprir uma missão. Um chamado de Deus.

Em Efésios 4,11-12, temos:
“11 A uns ele constituiu apóstolo; a outros profetas; a outros evangelistas, pastores, doutores,12 para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa a construção do Corpo de Cristo. “

      Com essa passagem, podemos refletir e ver que cada um de nós somos chamados a uma missão e que esta missão contribui para a edificação do Corpo de Cristo, que é a Igreja. Com isso, nos colocamos diante de uma pergunta: Para que serve a minha vida? Para que sou chamado?
       Para encontrar uma resposta para essa pergunta, o primeiro ponto e algo essencial, é não ignorarmos a existência dessa pergunta, e leva-la a sério, pois, não ignorando a pergunta, iremos atrás de uma resposta. Assim começaremos a percorrer o caminho que nos levará à resposta.
       Diante desse caminho encontraremos sinais. E como entende-los? Como esclarecer as dúvidas?
      Há um tempo, logo no início das minhas direções espirituais, meu diretor indicou-me um livreto que trata exatamente sobre essa questão. Gostaria de compartilhar com vocês alguns critérios que ele apresentava e que pode nos ajudar a reconhecer ao que somos chamados.
     O livreto traz a reflexão do padre Julián Carrón com um grupo de formandos sobre o tema vocação.
      O primeiro critério que ele destaca para a descoberta da vocação é reconhecermos os nossos dotes naturais. Ou seja, cada um de nós traz consigo uma série de capacidades, dons que nos foram dados por Deus e que precisamos colocar a serviço, pois nos foram dados por algum motivo.
    Por isso, estar atento aos nossos dons nos ajuda no discernimento vocacional. A simplicidade e a sinceridade de olhar e reconhecê-los é o primeiro sinal que a realidade a qual somos chamados nos oferece.
       Fomos criados para algo, todos somos chamados a uma vocação. E com isso, os dons que o próprio Deus nos deu, nos ajudará a realizar esse chamado.
   O Segundo Critério é estarmos atentos às circunstâncias inevitáveis, pois elas determinam a possibilidade ou não de fazermos certas coisas. Por exemplo: Um atleta que pretende ir às olimpíadas, mas acaba sofrendo um acidente e fica impossibilitado de participar. Imaginem que ele teime em ir. Isso seria um capricho, uma imprudência. Prejudicando até mesmo sua recuperação. 

            D.Giussani dizia: “A circunstância inevitável é 100% sinal do caminho a ser seguido. Por isso, não existe nada mais amigo, do que a circunstância inevitável. ”

      Abraçar as circunstâncias como parte do caminho é elemento fundamental para esperar como o Senhor nos fará chegar ao destino. Tudo se torna instrumento para a vocação.
      O Senhor nos guia através dessas circunstâncias.
     O terceiro critério é atentar para a necessidade do mundo e da comunidade Cristã. Do que o mundo precisa? Do que a Igreja precisa?
     Haverá momentos que a urgência será por homens e mulheres que façam a diferença no trabalho, na família. E outros momentos em que será necessário homens e mulheres que se entreguem totalmente a Deus. Estar atentos a essas necessidades também fazem com que desperte em nós, a possibilidade de servir ali, porém a decisão deve nascer do conjunto de todos os fatores.

Com isso se torna indispensável outras coisas, como:
- Uma sincera e profunda vida de oração. Para que possamos estar atentos aquilo que o próprio Deus nos diz. Nada melhor do que obter as respostas da própria Pessoa que nos chama.

- O acompanhamento de um diretor espiritual. Uma pessoa que será instrumento de Deus, para nos orientar e nos direcionar, para que atentos ao chamado de Deus, seguimos o caminho correto, já que às vezes temos pressa em encontrar a resposta e acabamos indo pelo caminho errado por não esperamos a clareza dos sinais.

      Amigos, precisamos durante todo o caminho estar abertos a vontade de Deus. Pois muitas vezes, podemos ver com clareza e não estar disponíveis para acolhê-lo.
       Porém, “A escolha entre um caminho e outro não pode ser uma criação nossa, mas deve ser um reconhecimento nosso. Devemos reconhecer algo para o qual fomos destinados. Não deve ser uma decisão nossa no sentido de que a nossa vontade construa a própria posição, mas no sentido de que a nossa liberdade adira a indicação que nos assinala o caminho”, diz padre Carrón aos estudantes.
       A vocação não é uma ordem. É um convite de Cristo, temos a liberdade de aceitar esse chamado ou não. Porém, fomos criados para uma missão e a nossa felicidade completa, plena depende dessa realização. Uma realização pessoal e até mesmo de outras pessoas, pois a adesão à nossa vocação influência diretamente na edificação do corpo de Cristo, que é a Igreja. Já que cada um de nós possui um chamado e foi criado por Deus com esse chamado dentro de si. Nosso desafio é estarmos a atentos e identificar a que fui chamado. Com o que Cristo conta comigo.
      Que possamos aproveitar esse mês de agosto, para rezarmos por todos os sacerdotes, seminaristas, consagrados, casais, leigos que conhecemos e os que não conhecemos para que Cristo continue colocando em seus corações a certeza da vocação a qual foram chamados. E que possam cada vez mais se enraizarem em Cristo e através do testemunho desses, que ouviram a voz do Bom Pastor e O Seguiram, nasça em nosso coração o desejo e a responsabilidade de também ouvirmos a voz do Bom Pastor e o seguir.
      Nosso blog, durante esse mês, nos ajudará também a refletir sobre as vocações. Tais como, vocação sacerdotal, religiosa, matrimonial e dos leigos. Com isso, poderemos juntos percorrer esse caminho que nos levará à felicidade eterna. Estejamos atentos à voz do Bom Pastor.
      Que possamos aumentar nossa atenção ao Chamado de Cristo que já acontece em nossas vidas. Mesmo que ainda tenhamos dúvidas sobre qual vocação seguir, existe uma que é para todos e que passa por todas que é a vocação à Santidade.
     Quanto mais buscarmos a santidade, mais próximos de Deus estaremos e assim, quanto mais próximos Dele, mais fácil ouvir sua voz.



Que Nossa Senhora de Fátima interceda por todos nós!

Gabriela Correa Ramos
II EAC Catedral – 2011
JoAM Diocesano – 2014
Coordenadora do Setor Juventude - Catedral

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